A obras de Adiasmachado assenta, e muito bem, na observâncias duma liturgia contemplativa, em critérios de composição sóbrio, mas sempre condensado pela lisura do traço ondulado e oval, em fino porte, que o caracteriza, dando largas à criação da linguagem figurativa que se projecta através das imagens, sempre sustentadas por uma rara beleza estética, trabalhada e que a arte impõe, e o próprio autor expõe e propõe, deixando para traz pormenores de síntese, optando sempre pela grata mensagem agregada ao olhar do ser humano numa ética do rigor e do sentido que é,antes de mais, pensamento e improviso, resultado desse instante em que o Pintor inicia o trato da sua obra, como no lastro de cristalina na água em propósitos de procura ate ao absoluto, induzidos por movimentos específicos onde a luz e a voz irredutível, o instante imediato, quiçá, um murmúrio intimo, o que nos conduz a excelência cósmica numa percepção simétrica das imagens e, por isso, a um mais que sentido poder poético, revelando conjuntos incomuns e bem fundados pela precisão dos argumentos encontrados, sem renunciar ao culto do primado da harmonia das cores e da dinâmica com que a obra de arte se reveste. Como em Herman Hesse, damo-nos a «esta essência original e pura» com que cada está dotado.
Álvaro de Oliveira
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